Arqueoastronomia – Atividades & Pesquisa no Equinócio de outono de 2019
Pesquisas e observações no equinócio de outono em Arqueoastronomia no observatório Pedra Virada
Local: Unidade de Conservação Monumento Natural Municipal Morro da Galheta- UCMNMMG.
Data: entre o dia 19 e 25 de março de 2019.
Pesquisador: Adnir Ramos
Auxiliares de pesquisa:
Victor Sussekind, Victória Goedert Bernardi, Marcelo Garcia, Zinder Órion Capistrano e Juliana Jeremias
Dando continuidade às nossas atividades, estudos e pesquisas no Sítio Arqueológico Pedra Virada na UCMNMMG através do Instituto Multidisciplinar de Meio Ambiente e arqueoastronomia – IMMA e da empresa Voa Mamangava reportamo-nos aqui aos resultados obtidos nesse evento global.
O IMMA vem desde sua fundação em 2006, realizando caminhadas públicas gratuitas nas viradas de estações com o intuito de tornar público as descobertas e estudos dos observatórios arqueoastronômicos no Estado de Santa Catarina, concentrando esforços na ilha de Santa Catarina. Neste sentido realizamos a 44ª caminhada pública onde não só realizamos a caminhada de observação, mas incentivamos os participantes a trazerem alimentos e a participar da ação entre amigos no sorteio de três obras de arte da artista Maria Lúcia Gobbi. Onde arrecadamos R$ 510,00 que será destinado à compra de manta térmica e forro para a casa da anciã Dona Rosa de 102 anos da aldeia Mbya guarani do município de Biguaçu, SC no sentido de dar continuidade nas melhorias de sua casa que era um cercado de bambu coberto com lona plástica. Conforme descrito no relatório anterior, https://arqueoastronomia.com.br/noticias/relatorio-das-expedicoes-cientifica-parte-i Durante nossas atividades Dona Rosa encontrava-se internada no Hospital Regional em São José com água nos pulmões.
A 44ª caminhada arqueoastronômica aconteceu dia 20 de março das 5h30m às 8h. Contamos com a presença de 19 pessoas. O sol não apareceu, pois amanheceu nublado e não foi possível documentar nesse dia a passagem do sol no triangulo entre as pedras já referidas no relatório anterior. Aproveitei para repassar minhas experiências, observações e estudos através de uma palestra usando como recurso didático as próprias rochas do sítio megalítico. Ao me referir sobre a possibilidade de os sítios megalíticos serem receptores e transmissores da rede de consciência do planeta Dr. Edson Miguel Bonotto, microsemiotista irídio, chamou nossa atenção para os neurotransmissores. “Neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelos neurônios, com a função de biossinalização. Por meio delas, podem enviar informações a outras células. Podem também estimular a continuidade de um impulso ou efetuar a reação final no órgão ou músculo alvo”. https://pt.wikipedia.org/wiki/Neurotransmissor
Expressando a função de dois principais responsáveis pela transmissão de informações às nossas células cerebrais, comparando com o que havíamos comentado em relação a memória registrada nas rochas graníticas, mãe do cilício usado nos ships de nosso sistema de armazenamentos de dados nos computadores e celulares. Um deles a “noradrenalina é um mediador químico do grupo das catecolaminas, liberado pelas fibras nervosas simpáticas, precursor da adrenalina na parte interna das cápsulas suprarrenais”, e o outro a acetilcolina molécula neurotransmissora que atua na passagem do impulso nervoso dos neurônios para as células musculares. Tem um papel importante tanto no sistema nervoso central (SNC) – constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal – no qual está envolvida na memória e na aprendizagem, como no sistema nervoso periférico (SNP) – do qual fazem parte o sistema nervoso somático e pelo sistema nervoso autônomo”
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Considerando a terra como um sistema vivo, interligado a outros sistemas vivos por membranas plasmáticas é natural e fácil de entender como alguns pontos da terra (sitos megalíticos, menires, dolmens, pirâmides, templos e ouros) funcionam como o nosso sistema nervoso central. “Esses pontos formam a rede energética que os ligam e é conhecida atualmente como Linhas de Ley, “supostos alinhamentos entre vários lugares de interesse geográfico e histórico, tais como monumentos megalíticos, cumes, cordilheiras e cursos de água.” A frase foi cunhada em 1913 pelo arqueólogo amador Alfred Watkins, em seu livro Early British Trackways e The Old Straight Track.”
Participantes da 44ª caminhada Arqueoastronômica dia 20/03/1019
Cerimônia de Consagração
O centro do disco solar alinhou-se com o equador celeste dia 20/03/2019 às 18:58
Às 17 horas subimos no observatório Pedra Virada para realizar a cerimônia de consagração de outono com Ana Rocha e Renato Camargo, na oportunidade falei da importância de estudar e preservar os sítios megalíticos e mostramos o alinhamento do sol no ponto equinocial por baixo de uma fenda de um grande bloco de rocha.
Ana Paula Rocha Escreveu em sua página no Facebook “Um alinhamento arqueoastronômico é uma das grandes perfeições da natureza. Um momento único, especial e mágico. Temos aqui em Florianópolis um dos lugares com a maior concentração de pontos que fazem esse show natural a cada estação.
O IMMA Brasil , situado na Fortaleza da Barra, coordenado pelo @adniramos , grande pesquisador e descobridor desses locais, oferece cursos, palestras e vivências para que todos que tem vontade possam ver e compreender um pouco dessa bússola antiga do tempo, usada pelos homens do sambaqui .
Nós da @qihaiterapiasevivencias , com a condução minha e do @renato.sirantosh , temos uma parceria com ele e juntos a cada estação fazemos uma linda cerimônia para prestigiar e ritualizar a entrada das estações”.
Ana Paula Rocha recebendo o feixe de luz na testa
Renato Camargo recebendo outro feixe de luz que testemunha a interferência humana neste sítio megalítico e se preparando para o cerimonial.
Momento de contemplação e registro do alinhamento do equinócio de outono de 2019
Escola dos Sonhos
No dia 21/03 às 5 horas da manhã recebemos os alunos da Escola dos sonhos, que fazem parte do projeto de estudos astrológicos, cerca de 23 alunos e 3 professores vieram vivenciar na prática como funciona a mecânica celeste a partir dos alinhamentos arqueoastronômicos no Observatório Pedra Virada da UC Monumento Natural Morro da Galheta. Na ocasião tive o privilégio de conversar com os jovens pesquisadores a respeito da profecia de Daniel mencionada na Bíblia e mostrar as medidas entre as rochas do observatório, as quais tenho relacionadas à contagem de tempo e a precessão dos equinócios descrito na profecia. Também analisamos os arquétipos dos signos astrológicos e a sua correspondência com as eras astrológicas.
Movimento em Defesa do Reconhecimento dos Monumentos Megalíticos do Brasil
No fim da tarde do dia 21/03/2019 realizamos outra caminha pública em defesa dos monumentos Megalíticos do Brasil em parceria com a empresa Voa Mamangava onde colhemos cerca de 50 assinaturas dos participantes que tiveram o privilégio de ver o alinhamento de por de sol. A equipe do IMMA fez uso da palavra expondo a importância de pesquisar e reconhecer os Monumentos megalíticos como objetos de estudos e patrimônio da humanidade. Aproveitamos o momento para explicar como funcionam os alinhamentos astronômicos no sítio ali inserido e expressamos nossas preocupações, pois muitos dos megálitos mencionados em 1918 pelo geólogo Vieira da Rosa, já não existem mais e que alguns deles tivemos o infortúnio de presenciar a destruição, salientamos ainda que alguns estão correndo risco de desaparecerem, como é o caso do Menir da Barra Nova e da Plataforma de observação astronômica aqui na Fortaleza da Barra da Lagoa.
Recebemos também nessa tarde de 21 de março a equipe do programa Balanço Geral da RICTV.
https://www.youtube.com/watch?time_continue=86&v=Pz9qm5ywpvo
Participantes do movimento em defesa dos Monumentos megalíticos
Curso de Iniciação a Arqueoastronomia
No dia seguinte, iniciamos o curso de iniciação a arqueoastronomia coordenado por Zinder Capistrano e Juliana Jeremias da empresa Voa Mamangava. Com a participação de 22 pessoas inscritas e 4 professores facilitadores, Adnir Ramos, Victor Sussekind, Victória Bernardi e Marcelo Garcia
No fim da tarde de sábado após as aulas teóricas subimos o morro para fazermos os estudos práticos do posicionamento dos astros em relação aos megálitos do sítio Pedra Virada. Fomos surpreendidos com céu quase sem nuvens e com a presença da líder espiritual, Sweet Medine Nation uma anciã nativa norte americana, criada nas tribos Chicksaw , Chocktaw, viveu muito tempo com os Lakotas por ter sido casada com um chefe dessa tribo.
Ela em sua maestria, gentileza e amor viaja ao redor do mundo espalhando seus ensinamentos profundos, experiências e fazendo iniciações tanto para homens como para mulheres. Como escreveu Ana Rocha, “sua grande força criadora que tece essas conexões sagradas no tecido da Vida e permite a magia acontecer.”
Seu canto e o retumbar de seu tambor aquietou os presentes, louvou a Mãe Terra, o Criador, as corujas pairavam no ar como se fossem elas realmente as mensageiras da paz e da sabedoria. Aquele momento único de contemplação, cantoria e oração elevaram o coração e a mente de todos os presentes. Deixou a terra em união com o céu, o véu foi rompido e todos se conectaram com sua essência.
https://www.youtube.com/watch?v=xwQeF6mMAZY&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?time_continue=16&v=zt-wRTus6YQ
https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=A1QZlB2QUFo
Para completar nossa jornada tivemos o privilégio de acompanhar o levante e ocaso do sol, da lua, planetas e estrelas brilhantes e fizemos exercícios práticos de observação dos astros desfrutando da boa companhia uns dos outros. Raríssimas vezes o firmamento fica tão límpido a ponto de desnudar os astros ainda no horizonte. Apenas uma névoa fazia nossos companheiros celestiais ganhar uma cor avermelhada.
Outro ponto alto do curso foi a entrega de certificados. Cada participante teve a oportunidade de fazer sua frotagem em seu certificado.
Mas nos despedimos após o reconhecimento do Sítio megalítico Ponta do Gravatá onde na pedra da cama, uma grade parabólica com uma cama dentro, recobramos as forças para prosseguir à visita naquele paradisíaco espaço sagrado!
PESQUISA da sombra do Gnomo no Observatório Pedra Virada Morro da Galheta
O Observatório Pedra Virada é na verdade uma caixa de surpresa, quando pensamos que não há mais nada a ser pesquisado novas descobertas vem à tona. Em 19/03/2019 subi cedo para observar o nascer do sol um dia antes do equinócio de outono e registrar o ângulo em que se encontrava o sol no triangulo produzido por três rochas como mencionado no relatório anterior. O céu estava nublado no horizonte, assim que o sol saiu por detrás das nuvens fui fotografando a sombra do gnomo da rocha que fecha o ângulo para marcar a passagem do sol no equador celeste ao surgir no horizonte da terra. Como o sol estava muito próximo do equador celeste fui percebendo que alguns blocos de rochas graníticas menores foram colocados no solo para registrar o equinócio não só na hora do levante do sol, mas sim marcar o evento em outras horas do dia, até porque o observador e construtor do sítio megalítico sabia que nem sempre o sol seria visto no horizonte em função do clima. Durante o dia de equinócio o céu esteve quase que completamente nublado o que não possibilitou outros registros fotográficos até o dia 25 de março. No dia 19/03/2019 às 6h 20m 51s o centro do disco solar atingiu o horizonte terrestre (0º00’03”) com azimute de 90º 40’28”. No dia 25 de março o centro do disco solar atingiu o horizonte terrestre às 6h24m0s (0º00’03”) com o azimute de +88º 00’09” o que deu uma diferença de +2º 40’19” no azimute, ângulo pelo qual já nos permite medir entre as sombras do dia 19 e do dia 25 de março em horários próximos. Segue fotos com a projeção das sombras, data, horário, azimute do sol e inclinação.
No primeiro momento registrei o a sombra do megálito projetada pelo sol em três instantes.
No segundo momento registrei a sombra passando por cima e por dentro de três pequenas rochas nas proximidades do gnomo, incrível o local onde a seta está apontando é também o ponto de registrar o por do sol do também equinócio.
A partir da 9 horas escolhi outro ângulo para continuar fotografando a sombra do gnomo, então ficou fácil ver a precisão e a preocupação em cada detalhe na construção dos megálitos do morro da Galheta.
Essas fotos abaixo mostram a precisão na inclinação que aproveita a parte côncava da rocha na parte superior para registrar o meio dia solar fazendo com que a sombra fique encaixada dentro da parte côncava diferente do dia 25 onde a sombra do meio dia solar desce a rocha e toca no solo. Alem do que na parte sueste do gnomo um pequeno bloco de rocha marca o meio dia solar ao encostar a sombra nele. Podemos ver a precisão dos detalhes no bloco granítico em forma de cama a noroeste do gnomo, a inclinação da cabeceira não nos deixa dúvida a respeito da interferência humana para marcar com exatidão o instante em que o disco solar atinge o zênite, a cabeceira está perfeitamente inclinada para registrar o instante por meio da inexistência de sombra no momentos.
As lascas ao lado da cama e no pé da cama é resultado de incêndios no morro. Algumas das funções da cama podem ser verificadas no Livro Divino Gênese: as descobertas de um pescador antropólogo na ilha de Santa Catarina no capítulo 15, nas páginas 166 a 177.
Conclusão
Após 30 anos de pesquisas temos percebido que a humanidade carece de respostas a muitos enigmas que os cercam, porem tudo nos leva a crer que o tempo é o remédio para todo tipo de angustia e aflição, pois quando menos se espera alguém em algum lugar é tocado e a partir dele inicia-se um processo de revelação continua que atinge outros de maneira direta ou indireta. À medida que essas memórias vêm à tona, respostas à nossas inquietudes vão sendo resolvidas. Por isso, nós do Instituto Multidisciplinar de Meio Ambiente e Arqueoastronomia – IMMA insistimos muito no Movimento em Defesa do Reconhecimento dos Monumentos Megalíticos do Brasil.