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Projeto de Pesquisa – Arqueoastronomia na UC Mona Galheta
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Projeto de Pesquisa – Arqueoastronomia na UC Mona Galheta

1.  INTRODUÇÃO

 

Na Unidade de Conservação Monumento Natural Municipal da Galheta (UC MONA da Galheta), em Florianópolis, Santa Catarina, existem possíveis sítios megalíticos cuja morfologia parece obedecer às características de menires e dólmens e até mesmo de cromlechs. Em 1988, iniciou-se uma série de observações relacionando a posição do sol durante as mudanças das estações com o posicionamento de tais blocos graníticos e posteriormente uma sistematização da pesquisa. Inicialmente, após observações in loco, foram verificados e documentados alinhamentos entre os principais monumentos e, depois, foram feitos estudos a partir de aerofotogrametria, levantamento por GPS geodésico e roteamento dos pontos georreferenciados (Anexo 1). O estudo evoluiu para análise dos dados a partir de softwares como Stellarium e Google Earth. Com isso, foi possível perceber que tais arranjos megalíticos fazem parte de um complexo marcador de tempo relacionado aos alinhamentos dos astros, especialmente o Sol, em solstícios, equinócios e nos lunistícios maiores e menores (Anexo 2). Um levantamento bibliográfico revelou que em 1918 o geólogo catarinense, Vieira da Rosa, havia feito um estudo da geologia do Estado de Santa Catarina e constatou que tais blocos graníticos não se encaixavam com os padrões geológicos.

 

Esta pesquisa tem por finalidade contribuir para o reconhecimento e valorização de tais sítios megalíticos como parte de objetos arqueológicos, e fomentar o turismo sustentável na UC MONA da Galheta e em seu entorno.

 

2.  OBJETIVOS

 

2.1.  Objetivo geral

Verificar    a    relação    dos    Monumentos    Megalíticos    do    Morro    da    Galheta    com a Arqueoastronomia para reconhecimento, valorização, proteção e uso adequado dos mesmos.

 

2.2.   Objetivos específicos

  • Análise bibliográfica de estudos e publicações referentes à arqueoastronomia, geologia, geobiolobia e arqueologia para compor o referencial teórico;
  • Análise geológica do local onde se encontram os blocos graníticos sobrepostos a outros;
  • Análise comparativa da morfologia dos monumentos megalíticos já aceitos pela arqueologia em outros continentes com os do morro da Galheta;
  • Observação, registros fotográficos e por vídeos do movimento aparente do sol a partir da plataformareferencial no pé do morro da Galheta em relação a cinco outros blocos no cimo do mesmo morro (já realizado em 2022 e 2023, conforme anexo 2);
  • Observação, registros fotográficos, por vídeos e cartográficos do movimento aparente da biodinâmica dos astros no sítio megalítico Pedra Virada e Dólmen da Oração na UC MONA da Galheta;
  • Análise comparativa a partir do azimute e a inclinação do sol com os ângulos determinados no relatório do roteamento feito pelo Dr. Germano Bruno Afonso em 2002;
  • Cronometragem do levante do sol in loco e transferência dos dados para ferramenta do Google Earth e Stellarium a fim de determinar os ângulos no azimute levando em consideração altura e inclinação;
  • Registro dos monumentos no Google Earth;
  • Redação de relatório de pesquisa;
  • Apresentação dos resultados em congressos, seminários e encontros acadêmicos;
  • Publicação de artigos em meios de comunicações científicas;
  • Fomento do turismo sustentável de base comunitária;
  • Promoção de atividades de observações para o acompanhamento e registro do movimento dos astros nos referidos sítios megalíticos com a finalidade de promover o reconhecimento e a valorização;
  • Participação em congresso de Arqueologia, já em execução (Anexo 4): pôster apresentado no XXII Congresso da SAB, Arqueologias Plurais, políticas patrimoniais e desafios contemporâneos;
  • Manutenção da Trilha do Dólmen da Oração como projeto-modelo de turismo arqueoastronômico em Florianópolis;
  • Replicação da pesquisa em sítios de diferentes

 

 

3.  EMBASAMENTO TEÓRICO-METODOLÓGICO

  • Levantamento bibliográfico e estruturação do referencial teórico.
  • Análise das características geoarqueológicas do Morro da Galheta, levando em consideração posicionamento das rochas, lascamento e transporte das lascas para usos intencionais e o nível do mar em determinadas épocas.

 

  • Análise radiestésica para medição de frequência de ondas telúricas no sítio megálito e cruzamento de dados de procedimentos semelhantes em lugares comuns/públicos.

  • Análise comparativa da morfologia dos monumentos megalíticos aceitos pela arqueologia em outros continentes com os da UC MONA da Galheta, obedecendo as características de menires, dólmens e

 

  • Observação e registro do movimento do sol no cimo do morro da Galheta levando em consideração o azimute, a inclinação e ângulos durante o dia nos observatórios da Fortaleza da Barra, limpeza do terreno e registro fotográfico com drone.

  • Acompanhamento e registro fotográfico do movimento aparente do sol no horizonte e da sombra do sol em relação aos megálitos do observatório Pedra Virada e Dólmen da Oração, e manutenção do corte de grama local.

  • Análise comparativa dos resultados da pesquisa obtidos in loco com os dados do Relatório Arqueoastronomia em Florianópolis de 2002.
  • Análise comparativa dos resultados da pesquisa obtidos in loco com os dados do aplicativo Stellarium eGoogle Earth.
  • Fomento do turismo sustentável de base comunitária na UC MONA da Galheta.

  • Promoção de atividades de observações para acompanhamento do movimento dos astros nos referidos sítios megalíticos com a finalidade de reconhecimento científico e popular na UC MONA da Galheta.
  • Redação do relatório final da
  • Apresentação dos resultados nos meios acadêmicos (congressos, encontros, seminários e publicação de artigos).
  • Promoção de uma conferência

4.  EQUIPE DE PESQUISA

  • Adnir Ramos – especialista em arqueologia, autor do trabalho, pesquisador, coordenador, fotógrafo e piloto de drone
  • Denise de Paulo Matias – pedagoga e auxiliar de pesquisa
  • Contratação de radioestesista
  • Contratação de Geólogo
  • Terezinha Stachelski – auxiliar de pesquisa
  • Victor Süssekind – pesquisador e fotógrafo
  • Victória Bernardi – pesquisadora e designer
  • Debora Carvalho Machado – coordenadora de eventos

 

5.  CUSTOS

 

Por se tratar de um projeto autossustentável, as despesas com as pesquisas vêm de voluntariado, de atividades durante as observações arqueoastronômicas e de fundo de pesquisa oriundo da taxa de preservação, que os visitantes contribuem durante suas visitas na trilha do Dólmen da Oração.  Desde o início das pesquisas, por se tratar de um assunto sensível, venho custeando-a da pesca submarina, de trabalhos diversos, por exemplo, carpintaria, jardinagem e manutenção da trilha, como professor em faculdades e cursos técnicos, técnico em Guia de Turismo e com vendas de livros. Gostaria de poder receber recurso de fundos para pesquisa; enquanto isso não acontece, trabalho somente pela causa, que considero digna. Pesquisadores como Guilherme Tiburtius e Keler Lucas deixaram suas contribuições para defender o Patrimônio da Humanidade antes de ser reconhecido, foi o caso dos sambaquis.

  1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 

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            . Arte Rupestre em Santa Catarina. Florianópolis: Rupestre, 1996

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