Trilha Peito de Pombo, Sana, Macaé – RJ
Trilha Peito de Pombo, Sana, Macaé, Rio de Janeiro – Brasil
Depois que iniciei o estudo arqueoastronomia em Santa Catarina a partir de 1988, despertou a curiosidade científica de várias pessoas da região para esse assunto, entre elas posso destacar uma que foi a chave para eu me aventurar a pesquisar o Peito de Pombo, Emerson Veloso que ultimamente tem feito algumas descobertas de monumentos megalíticos e de seus alinhamentos arqueoastronômicos.
Ele criou o grupo megálitos do Brasil no Facebook, o que tem contribuído significativamente para estudo desse assunto, umas das fotos postadas na página do grupo, e que chamou minha atenção, e entrou no meu caminho, foi o Peito de Pombo na localidade de Sana, município de Macaé, estado do Rio de Jane
A princípio é uma trilha bem limpa e de prazeroso convívio com a natureza, sombreada pela Mata Atlântica e com alguns sítios habitados e cultivados por moradores daquela região e tem como meio de acesso esse antigo caminho. Hoje a área é tombada como preservação permanente, mas em meio a tudo isso existe pastagens de gado o que deixa a trilha exposta ao sol em certos trechos. Ela margeia as águas de uma cachoeira que desce dos morros. A dificuldade maior é depois que se atravessa a cachoeira e ruma-se para o Peito do Pombo. A falta de manutenção na trilha faz com que os usuários modifiquem o curso da trilha para defenderem-se das voçorocas causadas pelas águas das chuvas que fazem da trilha seu leito preferido. Por ser uma área de preservação, obrigatoriamente deveria haver mais cuidado e controle. Porem isso não é um caso isolado, mas sim genérico em quase todos os estados desse país.
Com poucas exceções ha trilhas calçadas e protegidas. Nos próximos relatórios vou mencionar duas que visitei há pouco tempo.
Também observei a falta de material informativo, existe um posto de atendimento e controle de acesso no início da trilha, mas não é distribuído nenhum folder ou cartilha com informações a cerca da fauna, flora e sítios históricos.
Para facilitar a visualização editei sete pequenos vídeos que mostram o percurso, minhas impressões e descobertas: links do meu canal no YOUTUBE.
Acho a sexta parte dos vídeos a mais interessante, pois é quando eu atingi o cume da montanha e tive o privilégio de conhecer de perto o Monumento megalítico Peito de Pombo. Alem da beleza do cenário, a estrutura e montagem dos megálitos levantam muitas dúvidas a cerca de como foi feita tal escultura e montagem.
A primeira impressão é de que ele é natural, mas quando se observa seu arredor percebe-se que houve interferência na natureza e que o ambiente é também antropogênico. Outro fato que me leva a pensar que houve interferência humana na natureza é o contexto dos monumentos megalíticos construídos em volta do planeta Terra.
Porque eu acredito que o ambiente na base do Monumento Peito de Pombo é antropogênico?
Primeiro percebe-se claramente que se trata de uma escultura que une dois fatores um natural e outro humano, o natural está associado às falhas geológicas do granito e a humana é a percepção delas para esculpir a pedra sem prejudicar o seu equilíbrio.
Outros fatos que marcam a presença humana na construção do monumento são os blocos de pedras retirados do bloco que constitui o Peito de Pombo, alguns deles foram usados para fazer camas astronômicas, marcadores de tempo e um altar especial, conhecido como dólmen (do bretão – mesa de pedra). Ele está apoiado sobre três bases, mas uma das bases é apoiada por uma pequena pedrinha que testemunha e dá o veredicto.
A respeito desse cenário, a única coisa que posso afirmar é que ele carece de mais estudos e observações pontuais.
Por que o contexto externo me leva a crer que se trata de um monumento megalítico?
Primeiro ele não é um monumento isolado no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo:
No Rio de janeiro ele parece estar associado a pedra da Gávea em São Conrado e a Caixa de Fósforo em Teresópolis, além de outras ainda não estudadas.
A localização da Pedra Peito de Pombo: Lat. 22º 18’30.64” Sul e Long. 42º 12’49.87” Oeste que está alinha a 90º com a Caixa de Fósforo localizada próximo a Teresópolis distante a 53,78 quilometros. Isto corresponde à posição do sol nos Equinócios.
Porem eu ainda não posso confirmar este alinhamento, pois as pesquisas que fiz via Google Earth Pro não me permitiram localizar precisamente a pedra Caixa de Fósforo.
Há dois pontos que marquei no mapa o da parte de baixo parece ser o correto e se estiver certo há um outro monumento que precisa ser pesquisado, pois pela foto de satélite do Google Earth lembra uma Esfinge.
Outro Alinhamento interessante que encontrei é o da pedra da Gávea em São Conrado – RJ, com o já citado Peito de Pombo.
Distante a 133,89 quilometros e a 55,22 graus no azimute, nos remete para a posição do sol no solstício de inverno as 7h e 56 min da manhã quando o sol esta numa inclinação de 15º 43min 30 seg a cima do horizonte da terra, Ou seja, o reflexo do sol estaria passando por cima do Peito de Pombo para o observador que estiver na Pedra da Gávea.
Obs. Para o observador da Pedra da Gávea o sol nasce as no dia 21 de junho às 6 horas 37min na linha do horizonte a 64º 23min 16 seg .
Outro Alinhamento interessante é o alinhamento da Pedra da Gávea com a Caixa de Fósforos em Teresópolis. A 96,05 km de distancia e no ângulo do Azimute de 36,09 graus aponta para o nascimento da estrela Capela na constelação do Cocheiro.
O alinhamento da pedra da Gávea com a pirâmide de Queops no Egito é de 56, 56 graus, diferença apenas de um grau para a linha passar quase em cima do peito de Pombo. Essa pequena diferença é em função da geografia do terreno ou de precisão no Google Earth.
Outros conjuntos de pedras que estamos estudando, são os monumentos megalíticos de Florianópolis, Três pedras em Bofete, SP e a Pedra Montada em Guararema também em São Paulo e seus respectivos Alinhamentos com o Peito do Bombo.
O alinhamento da Plataforma na Barra da Lagoa com o peito de Pombo aponta para o Templo de Apolo, Já o alinhamento da Plataforma com a Pedra Montada em Guararema, SP aponta para Stonehenge na Inglaterra e o Peito de Pombo com a Pedra Montada aponta para a Ilha de Pascoa, todas com um pequeno desvio. Acredito que seja realmente em função da geografia em relação ao espaço como um todo, não onde simplesmente está inserido o monumentos em si).
Impossível de se fazer qualquer conclusão a cerca das pedras e seus respectivos alinhamentos até o momento, sabe-se sim que temos muito estudo pela frente, Conto com o apoio e a força de todos vocês.
Adnir Ramos
(48) 9607-2201
Pescador e Antropólogo dedicado a Arqueoastronomia