Notícias

AS OBSERVAÇÕES ASTRONÔMICAS NA PRÉ-HISTÓRIA EM MINAS GERAIS
21 ago
6.766 visualizações

AS OBSERVAÇÕES ASTRONÔMICAS NA PRÉ-HISTÓRIA EM MINAS GERAIS

Gustavo Villa

Bacharel e Licenciado em História pela PUC-Minas  e Extensão em Pedagogia Waldorf pela UNB  Email: ghvila@gmail.com

___________________________________________________________________________

Resumo. Os agrupamentos humanos que ocuparam o território brasileiro há milhares de anos deixaram registros de conteúdo astronômico em grafismos rupestres cuja categorização pode fornecer subsídios para uma compreensão mais ampla do seu modo vivendis. Em Minas Gerais, os sítios arqueológicos pré-coloniais apresentam uma quantidade significativa de tais vestígios, contudo ainda não foi realizado um levantamento sistemático das ocorrências. O presente artigo procura apresentar um panorama da prática astronômica na pré-história mineira.  Observada a ocorrência de tais evidências, o autor buscou in loco, indicações dos sítios arqueológicos como locais apropriados para observação de fenômenos de caráter astronômico, levando em conta o grau de visibilidade da abóbada celeste e alinhamentos dos painéis rupestres com azimutes relevantes do ponto de vista astronômico e finalmente o contexto pictórico representado. Verificou-se alusões  a  constelações específicas, aos planetas visíveis, evidências de conhecimento dos quatro ciclos sazonais e esboços de formulação de calendários. Conclui-se, portanto, que as populações paleo-índias do território mineiro desenvolveram um considerável conhecimento astronômico que foi reproduzido nas pinturas rupestres.

  1. INTRODUÇÃO

“As coisas assim a gente não perde nem abarca. Cabem é no brilho da noite. Aragem do sagrado. Absolutas estrelas”.                                                                                                                                                                                                    Guimarães Rosa 

Desde os primórdios da ocupação da América, os agrupamentos humanos que migraram pelo continente dedicaram-se à observação da dinâmica dos principais corpos celestes. A princípio, por uma simples questão de orientação e sobrevivência. Com o tempo, passaram a observar que as mudanças das estações alteravam os azimutes de orto e ocaso do sol no horizonte e que tal astro também apresentava um ciclo anual com relaçãoa constelações específicas.

O avanço das observações levou à elaboração de um complexo sistema de calendários que atingiu um grau de eficiência jamais registrado em outras partes do globo. Este conhecimento astronômico estruturou o planejamento urbanístico e os ritmos da vida social e espiritual nas elevadas culturas andinas e meso-americanas, atingindo seu ápice entre os Maias que foram possivelmente, a primeira civilização mundial a compreender o conceito matemático de zero. Os primeiros passos na estruturação desse sistema de conhecimento foram dados pelos pequenos agrupamentos humanos que migraram pelo continente há milhares de anos.

Com o passar do tempo, cada povo agrupou, evidentemente, conjuntos de estrelas de acordo com as suas próprias referências ambientais e sócio-culturais, apesar deste fato, observa-se um repertório muito aproximado de lendas e representações gráficas correspondentes à Terra, ao Sol, à Lua, Vênus, à Via – láctea e algumas constelações mais relevantes como as Plêiades e o Cruzeiro do sul. Tal repertório abrange um contexto continental como aponta o antropólogo Claude Lévi-Strauss1 e mesmo que ainda não hajam dados suficientes para a elaboração de uma teoria que descreva o desenrolar deste processo, podemos levar em conta duas possibilidades principais: 1- houve uma difusão através de levas migratórias. 2 – Em diferentes regiões, culturas que não tiveram contato, chegaram a conclusões semelhantes.

O presente artigo tem como objetivo apresentar o panorama de um contexto específico referente à Serra do Espinhaço que atravessa o estado de Minas Gerais de sul a norte abrangendo também as bacias do Rio das velhas e São Francisco.

1-1971 – Mythologiques. Paris: Plon. v.IV: “L’homme nu”.

1.1 Levantamento dos sítios arqueológicos com potencial astronômico em Minas Gerais

 Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!

Carlos Drummond de Andrade

Os sítios arqueológicos pré-coloniais em Minas Gerais localizam-se a priori, em uma rota que segue de sul a norte do Estado (do paralelo 21 ao 14)  acompanhando uma cadeia de elevações conhecida como Serra do Espinhaço. Nota-se que esse caminho continuou sendo usado por populações aborígenes mais recentes e parte dele acabou transformando-se na principal via de acesso ao centro da Capitania no período colonial conhecida como a estrada real que ligava Paraty no litoral ao Distrito Diamantino.

As pesquisas começaram no sul do Estado na região de Andrelândia e Carrancas. Seguindo a rodovia Fernão Dias, destacam-se as cidades de Carmópolis e Arcos, logo após temos o sítio Pedra Pintada em Cocais e as ocorrências passam a ser mais relevantes à oeste, no médio Rio das Velhas onde encontra-se o Carste de Lagoa Santa e região.Mais acima temos a Serra do Cipó e Conceição do Mato dentro. Ao norte de Diamantina a ocorrência dos sítios começa a distanciar-se do Espinhaço acompanhando o vale do Rio São Francisco destacando-se as regiões de Buenópolis, Varzelândia, Itacarambi e Montalvânia.

Sítios com conteúdo astronômico em Minas Gerais, Brasil.

  1. A RELEVÂNCIA DO CONTEXTO

Em arqueo-astronomia, a metodologia consiste na construção de uma análise sistêmica do objeto de estudo, que no presente artigo resume-se a painéis rupestres com indicações astronômicas. Em primeiro lugar é preciso localizar a estrutura em um tempo-espaço específico, utilizando-se para tanto softwares e instrumentos de geo-localização para determinar as coordenadas e alinhamentos das estruturas, sejam elas de origem antrópica ou natural, tanto no passado como no presente, levando em conta o fenômeno conhecido como precessão dos equinócios, que determina o ajuste de azimutes relacionados a orto-ocaso de certos corpos celestes numa linha temporal. Esta técnica pode inclusive possibilitar processos relativamente precisos de datação.

O próximo passo consiste em fazer uma varredura em torno da estrutura com o objetivo de identificar possíveis balizamentos que indiquem marcações azimutais como fendas em rochas ou edificações.

 

Esquerda: Via Láctea sobre painel rupestre. Direita: Lua e Júpiter sobre inscrições.

Após minuciosa elaboração de um contexto espaço-temporal, a próxima etapa consistirá em uma análise de elementos simbólicos que indiquem o uso do local como observatório do céu. Imagens que representam astros podem ser identificadas mas é preciso muita cautela na abordagem pois trata-se de elementos culturais totalmente desvinculados da nossa realidade. De fato, uma série de traços verticais em um contexto onde predominam elementos zoomorfos pode demonstrar uma armadilha para capturar  animais, por exemplo. A mesma sequência de traços verticais onde identifica-se representações de astros, pode trazer uma conotação de contagem de ciclos ou tempo.

Para corroborar a categorização de um painel pictórico como astronômico é preciso ainda confrontá-lo com os dados de alinhamentos obtidos anteriormente. Em alguns casos, pode-se enriquecer a análise do universo simbólico do painel relacionando-o com levantamentos etnológicos caso não tenha havido uma ruptura entre a edificação e utilização da estrutura com a etnia que atualmente utiliza o espaço, como é o caso de algumas situações meso-americanas e andinas, onde alguns traços da identidade cultural, inclusive o idioma original resistiram até o presente. Nestes casos pode-se lançar mão da astronomia cultural, disciplina muito próxima à arqueo-astronomia. Fato que, contudo, não se aplica ao presente estudo, afinal perdeu-se no tempo qualquer forma de vínculo cultural que nos remeta à essas primeiras populações que ocuparam o território mineiro. Utilizou-se aqui, portanto, metodologia correspondente aos estudos arqueo-astronômicos. 

  • Contexto A

Representações de astros e fenômenos meteorológicos em pequenos painéis ou porções reduzidas de painéis, dividindo espaço com cenas de caça e de afazeres cotidianos. Nota-se neste contexto uma preocupação em reproduzir de uma maneira naturalista e simples, os fenômenos observados no entorno, com pouca elaboração estética.

 Estrelas no painel da Serra dos Milagres.

Esquerda: Representação de chuva na Lapa da Sucupira,  centro: Carrancas e direita pintura Hopi no Arizona.

 

  • Contexto B

As soluções estéticas continuam simples, contudo, verifica-se a inserção do conceito físico de tempo-espaço. Torna-se evidente neste contexto uma prática de contagem de tempo relacionada aos ciclos do sol e da lua . Podemos observar também, no entorno dos painéis rupestres de conteúdo astronômico estruturas naturais com grande potencial de utilização como marcadores de solstícios e equinócios.

 

2.2.1 Alinhamentos de painéis rupestres e estruturas megalíticas

A cultura megalítica pode ser observada em caráter mundial desde a aurora do Neolítico, em alguns casos retrocedendo até o Paleolítico. Atualmente o sítio de maior destaque é o de Stonehenge na Inglaterra, cuja complexidade de estudos contribuiu para o nascimento da ciência contemporânea que conhecemos como Arqueo-astronomia.

No Brasil os dois principais casos ocorrem em extremos opostos do território, são eles Calçoene na Amazônia e o complexo da ilha de Florianópolis. Destaca-se também o sítio de Macaúbas na Bahia que registra principalmente o Solstício de inverno. No caso específico de Minas Gerais, o autor encontrou evidências concretas de megalitismo na região do Contexto B que abarca o Carste de Lagoa Santa e a região da Serra do Cipó.

A maior parte destas estruturas tem como função balizar o  posicionamento de astros, fornecendo subsídios para a determinação de datas específicas do ano, principalmente Solstícios e Equinócios. Uma vez que no passado, a humanidade não dispunha de uma tecnologia que tornasse a contagem do tempo uma tarefa simples e automatizada em dispositivos pessoais como acontece nos dias atuais, tornou-se de suma importância a função destas estruturas de menires e fendas em rochas para a elaboração de calendários agrícolas e de caça e pesca.

No Carste de Lagoa Santa, mais precisamente no abrigo do Sumidouro onde fica evidente a natureza astronômica das pinturas rupestres encontra-se uma estrutura com sinais de atividade antrópica por onde inside a luz solar no ocaso, em perfeito alinhamento com o Solstício de verão. Este é um caso de extrema importância para a Arqueo-astronomia brasileira que necessita de um estudo avançado. No decorrer do presente artigo, veremos mais detalhadamente as características astronômicas do acervo rupestre deste abrigo.

Dispositivo de projeção de luz no Solstício de verão – Sumidouro

Na região do Vau da lagoa na Serra do Cipó, o autor identificou um complexo de sítios arqueológicos perfeitamente alinhados no sentido leste-oeste onde fica evidente o avançado grau de prática astronômica e conhecimentos de geo-localização por parte dos idealizadores. Trata-se de uma deliberada organização espaço-temporal dos sítios que exigiu dos executores procedimentos que se enquadram nos requisitos do que hoje chamamos de ciência.

Sítios arqueológicos precisamente alinhados em eixo leste-oeste

Nos três casos acima, ocorrem uma sequência espacial de lapas  com painéis que fazem alusão à figura do Sol alinhadas a  estruturas megalíticas que determinam o orto e ocaso deste nas datas específicas de Equinócios.

 Representações da abóbada celeste na Serra do Cipó e no México

A cena acima se repete em pelo menos quatro sítios do complexo com três antropomorfos em um gesto de saudação, acima deles o sol e uma circunferência pontilhada suspensa por uma haste na horizontal, curioso notar a semelhança com o astrônomo Asteca registrado no Códice Mendocino observando o Citlaltachtli ou campo de estrelas na língua Nahuatl. Há que se buscar no repertório  de lendas da Amazônia as origens dessa cena onde ocorre a referência à abóbada celeste como um giral de estrelas. Representações rupestres semelhantes abundam no Pará com destaque para a  pedra das arraias sugerindo uma ampla distribuição do tema em território brasileiro.

Abaixo se vê claramente o Sol, um pouco acima, à direita poderia ser Vênus em sua aparição matutina. Como veremos a seguir, por todo o continente é ressaltada essa parceria Sol-Vênus  À esquerda nos lembra uma conjunção planetária e por todo o painel podemos ver contagens de tempo.

A lapa da Sucupira encontra-se neste complexo de sítios alinhados, sendo um dos sítios mais relevantes do Brasil com datações que retrocedem a onze mil anos. Nos seus riquíssimos painéis é possível verificar o registro de astros e contagem de tempo como o exemplo da imagem acima. Em outro tópico veremos mais alusões aos dados astronômicos registrados na dita lapa.

 

                           Estruturas megalíticas utilizadas como marcadores dos Equinócios na Serra do Cipó. 

2.3  Contexto C

Há neste caso, um refinamento estético com uma tendência a soluções geometrizantes e um nítido avanço no domínio de conceitos astronômicos mais complexos. Os painéis trazem temáticas que incluem rituais ou cerimônias onde fica clara a influência de determinados astros, como por exemplo, a lua. Verifica-se também uma repetição da representação do planeta Vênus, que conta com uma simbologia que pode ser observada desde sítios rupestres argentinos até o sudoeste dos Estados Unidos conforme pesquisas do arqueólogo venezuelano Domingo Sánchez2 Nota-se também um avanço da temática astronômica nos painéis, ocorrendo exemplos de sítios com abordagem exclusivamente voltada para os registros celestes.

 Representações do Sol em Varzelândia e Montalvânia.

2- Sánchez P. Domingo. El símbolo mesoamericano de Venus en el arte rupestre de Venezuela En Rupestre/web 

2.4 Ciclos lunares

A força gravitacional da lua é fonte de alterações marcantes na superfície da Terra, influenciando o fluxo das marés, o comportamento dos animais, a circulação da seiva nos vegetais e até o ciclo menstrual feminino, com possíveis implicações mais sutis inclusive na psiquê humana.                                                                                                                                Com tamanha influência sobre atividades diretamente ligadas à sobrevivência, como caça e pesca e também sobre a agricultura, o reconhecimento dos ciclos lunares tornou-se de vital importância para a continuidade da espécie humana, principalmente quando esta passou a organizar-se em grupos cada vez mais numerosos.

O menor ciclo lunar dura aproximadamente sete dias e consiste na mudança aparente da porção visível iluminada do satélite devido a variação da sua posição em relação à Terra e ao Sol, este ciclo ficou conhecido popularmente como uma fase. O conjunto de quatro fases ou uma lunação  possui uma periodicidade de 29 dias e 6 horas. Atualmente a contagem de uma lunação começa na fase Nova.

Paralelamente à uma lunação, ocorre o ciclo sideral lunar com duração de 27,3 dias, tempo que o satélite necessita para completar uma órbita em torno da Terra, entretanto, o período que a Lua gasta para passar pela mesma fase é de 29,5 dias, conhecido como mês sinódico, que possui o mesmo período de uma lunação. Isto é atribuído ao fato de que, ao mesmo tempo em que a Lua move-se ao redor da Terra, ambos giram ao redor do Sol. Uma vez que as fases são determinadas pela posição desses três astros, a mudança de posição faz com que a Lua tenha que executar pouco mais que uma revolução para atingir a mesma posição em relação ao planeta e ao Sol.

Devido às peculiaridades desta conjuntura de três órbitas, ocorrem numa periodicidade média de 18 anos os ciclos Saros com aproximadamente 70 eclipses cada. Este ciclo foi amplamente estudado pelos Maias com evidências concretas no Códice Dresden, um dos poucos documentos que permaneceram conservados até a atualidade.

No Brasil não existem evidências de calendários lunares que alcançaram a complexidade dos meso-americanos , contudo, segundo o relato de Claude D’abbeville3 no século XVII os nativos do Maranhão tinham consciência da relação das fases lunares com as marés, fato ignorado pelos próprios europeus na época da conquista.

O mais antigo calendário lunar conhecido é datado de aproximadamente trinta e sete mil anos. O osso de Lebombo, como ficou conhecido, foi descoberto na Suazilândia e consiste em vinte e nove entalhes feitos em uma fíbula de babuíno. O arqueólogo Peter Beaumont, responsável pelo extenso trabalho na área, observou que o artefato  assemelha-se a varas de calendário ainda em uso hoje por clãs bosquímanos na Namíbia.                     Na caverna de Lascaux, uma equipe da Universidade de Munique identificou um painel rupestre com datação estimada em quinze mil anos que apresenta um calendário lunar composto por  vinte e nove circunferências formando um ciclo lunar completo.

Na América, um dos calendários lunares mais importantes fica na região de Coahuila no nordeste do atual México. O complexo arqueológico onde está inserido foi chamado de Presa de la mula e é reconhecidamente um sítio com informações astronômicas de calendários solares e lunares. O painel lunar contém uma tabela de eclipses que apresenta semelhanças com o posterior Códice Dresden dos Maias.                                                                              No presente artigo, o autor identificou representações que sugerem a silhueta lunar em sítios do contexto B e C. De acordo com as posições das lapas em questão, sessenta e sete por cento apresentam a Lua nova e trinta e três por cento a Lua cheia. Na Lapa da Sucupira em Santana do Riacho existe a evidência da possível representação de um eclipse e também uma figura antropomorfa rodeada por vinte e nove círculos indicativos de um ciclo lunar

 À esquerda sítio Caieiras e à direita Lapa da pintura em Varzelândia

  • São Paulo, Ed. Da Universidade de São Paulo, 1975 (Reconquista do Brasil, v.19).
     
    Antropomorfo com ciclo lunar completo na Sucupira à esquerda.                                             À direita antropomorfos em gesto de reverência ou dança e Lua nova.                                                                                                  Contagens de ciclos lunares em Varzelândia à esquerda.                      Montalvânia, com registros de blocos de vinte e nove dias à direita.         Possível representação de um Eclipse lunar na Lapa da Sucupira.

    2.5  Observação dos planetas visíveis

    A observação do planeta Vênus pelos nativos do Brasil no século XVII pode ser comprovada a partir dos relatos de Claude D’abbeville. No tópico anterior foi argumentado também que a representação do dito planeta como uma cruz bordeada é um tema de caráter continental que remonta pelo menos à época neolítica.

    Teriam os proto-astrônomos mineiros identificado os demais planetas do sistema solar? Tecnicamente falando é muito provável que tenham observado Mercúrio, Marte, Júpiter e Saturno pois a magnitude destes é considerável e o movimento com relação aos demais astros é facilmente notado por um observador costumeiro do céu.

    Nos sítios arqueológicos dos contextos B e C o autor encontrou uma cena amplamente difundida com circunferências cortadas por dois eixos diagonais sempre acompanhadas de bastonestes e representações do Sol e da Lua em painéis alinhados para o leste ou oeste o que pode tratar-se de observações da Eclíptica pouco antes do nascer e logo após o ocaso do Sol. Tal solução estética destacaria Vênus dos demais e criaria uma simbologia que agruparia os quatro restantes.

    Caso a parte, a Lapa do Nego em Buenópolis apresenta uma pintura de um antropomorfo ao lado do Sol com o que aparenta tratar-se de oito corpos celestes numa sequencia que poderia representar Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno e algum corpo celeste errante como o protoplaneta Vesta que periodicamente torna-se visível a olho nu. Conjecturas do autor que jamais poderão ser comprovadas mas que deixam margem a imaginação fértil dos astrônomos. Torna-se necessário um aprofundamento neste estudo sobre os conhecimentos da Eclíptica pelos primeiros observadores do céu mineiro e pesquisas comparativas com outros contextos ameríndios.

    Acima e Abaixo: Círculos cortados por duas faixas em diagonal acompanhados de figurações do Sol e da Lua além de bastonetes indicadores de contagem de ciclos são abundantes nos contextos B e C.      

     Acima:Possível representação do sistema solar em Buenópolis. Um antropomorfo à esquerda seguido

     pelo Sol e o que seriam oito corpos celestes à direita.

    Lua, Vênus e Mercúrio no horizonte fotografados pelo autor próximo à um sítio arqueológico no Arizona.

    2.6 Vênus

    O Segundo planeta do nosso sistema solar é uma grande fonte de estudos para a Astronomia cultural por tratar-se do objeto mais brilhante do céu depois do Sol e da Lua e pode ser avistado até mesmo à luz diurna. Suas observações pelos nativo americanos foi relatada pelos cronistas europeus desde os primórdios da idade moderna.

    Nas palavras do cronista andino Garcilaso de la Vega4, fruto de uma conjunção de ascendências Inca e Européia:“…Acerca de la estrella Venus, que unas veces la veían al anochecer y otras al amanecer, decían que el sol como señor de todas las estrellas, mandaba que aquella, por ser más hermosa que todas las demás, anduviese cerca de él, unas veces delante y otras atrás…”         Em 1612 o monge capuchinho Claude D’abbeville participou de uma expedição por terras maranhenses e deixou um valioso relato etnográfico sobre os nativos que incluia detalhes sobre a observação de Vênus:“Conhecem também a estrêla da manhã e chaman-na jaceí-tatá-uaçu, grande estrêla. Dão à estrela vespertina o nome de pira-paném  e dizem que é quem guia a lua e lhe vai à frente.

    Nos dois relatos notamos uma relação do planeta com o Sol e também com a Lua, sendo este descrito como um acompanhante de ambos o que nos remete aos painéis rupestres de Minas Gerais onde o planeta é representado sempre próximo aos dois astros.           A orientação dos painéis rupestres em relação ao horizonte demonstrou que os autores tinham conhecimento de que tanto as aparições vespertina e matutina se tratavam do mesmo astro sendo 26% dos registros voltados para o leste e 74% para o oeste.

    No sítio arqueológico do Sumidouro, com face para o poente, o planeta foi pintado próximo à uma lua crescente e à possível representação de um cometa em um contexto de centenas de bastonetes que indicam contagem de tempo e uma estrutura antrópica alinhada com o Solstício de verão.

    Na lapa do cinzeiro em  Varzelândia, orientada para o leste ele também aparece ao lado de um cometa. Em Montalvânia foi registrado próximo à figura de um Sol e nos sítios do Peruaçu foi amplamente retratado sempre ao lado da lua crescente e de bastonetes que registravam ciclos temporais.

    A representação gráfica do planeta Vênus como uma cruz quadrada com borda foi observada pelo autor em sítios arqueológicos desde a América do Sul até o norte dos Estados Unidos e relatada pelo arqueólogo venezuelano Domingo Sánchez como um tema de caráter continental. Possivelmente a formulação simbólica partiu do efeito óptico experimentado quando observa-se o planeta a olho nu, destacando-se dois eixos de raios na horizontal e na vertical envoltos por uma aura brilhante. Na região de Caiapônia em Goiás, abundam as representações da cruz bordeada em inúmeros sítios com painéis predominantemente astronômicos. Também no Pará existem representações nas mesmas circunstâncias o que comprova a ampla distribuição e padronização do tema pelo o território brasileiro.

     Acima: Cruz bordeada em Montalvânia e Varzelândia.

  • Acima: Vênus em contextos de Lua nova no Peruaçu. Abaixo: Vênus, Cometa e Lua nova no Sumidouro.De la Vega, Garcisazo Inca. Comentarios reales.

2.7 Aglomerado das Plêiades (M 45) 

O Objeto de número 45 do catálogo Messier, popularmente conhecido como Plêiades ou Sete Estrelo constitui um dos mais fascinantes aglomerados que podem ser vistos a olho nu. Há relatos sobre este em inúmeros livros da antiguidade destacando-se a Odisséia de Homero e a própria Bíblia cristã. Devido à sua localização próxima à Eclíptica as ocultações lunares são frequentes. As conjunções com Mercúrio, Marte e Vênus  ocorrem contudo em intervalos maiores. As Plêiades encabeçavam os catálogos de estrelas dos Babilônios pela proximidade com o Equinócio Vernal em torno do século 23 a.c.

Atualmente, devido à intensa  iluminação artificial, é possível observar a olho nu de seis a sete estrelas do aglomerado. À medida que retrocedemos no passado esse número eleva-se a quatorze segundo os relatos de Johannes Kepler e pode ter chegado a dezesseis nas perfeitas condições de observação nos céus noturnos da pré história mineira, o que justifica o grafismo rupestre abaixo em um painel de Santana do Riacho  que chega a este número.

Em Varzelândia registraram-se treze estrelas acompanhadas de representações do Sol e da Lua e no Sítio Toca do Índio em Andrelândia encontramos justificado o nome Sete Estrelo. Destaca-se no último caso a representação do aglomerado em conjunção com o Sol em um painel voltado para noroeste fato que ocorre no ocaso do Solstício de Inverno e só pode ser inferido através de dedução devido à ocultação destas pela iluminação solar o que demonstra um razoável nível de conhecimento astronômico por parte dos autores dos grafismos.

É importante destacar que nos três casos acima mencionados, os grafismos referentes ao aglomerado M 45 localizam-se em lapas orientadas para a direção onde este encontra o seu ocaso. Germano Afonso5 aponta também para o fato do aglomerado estar atrelado aos calendários agrícolas de diversas etnias mais recentes por todo o território brasileiro, fato que pode ser admitido também em uma escala mundial.

Aglomerado das Pleiades M-45  Andrelandia e Varzelandia e na Serra do Cipó. 5  – Revista Pré-Univesp, São Paulo SP, p. 1 – 1, 01 abr. 2013.

2.8 Cometas e Supernovas

Os cometas constituem um fenômeno astronômico que fascina  e aterroriza a humanidade desde tempos primevos, sendo retratado em pinturas rupestres, quadros, códices e livros. Em 300 a.c um autor anônimo produziu na China uma compilação extremamente detalhada sobre os cometas conhecidos na época com dados precisos sobre as características físicas e sazonalidade de cada um.                                                                                                          Após a morte de Júlio César os romanos batizaram um cometa com seu nome, fato que pode ser verificado em uma moeda comemorativa datada de 44 a.c .  Nas Américas, o relato mais antigo de uma observação é descrito no códice Duran que apresenta o governante Montezuma avistando um cometa sobre a cidade de Tenochtitlán em 1519 d.c .

Na presente pesquisa, o autor verificou em quatro sítios arqueológicos mineiros a presença de grafismos rupestres que possivelmente representam a passagem de cometas por encontrarem-se em painéis rupestres com temática exclusivamente relacionada a Astronomia. No sítio do Sumidouro, orientado para oeste, o cometa aparece ao lado de Vênus e de uma Lua nova. Na gruta do cinzeiro em Varzelândia, o astro errante foi representado ao lado de Vênus com a face para o horizonte sudeste onde o planeta apresenta o seu orto na época do Solstício de verão.

Na lapa do Janelão aparece um cometa que provavelmente foi avistado nas noites próximas do Solstício de Inverno por orientar-se a nordeste. Em Pains, a aparição ao lado de um picoteamento que claramente representa o cruzeiro do sul indica que o cometa foi avistado próximo a um Solstício de Inverno. Nos quatro casos verifica-se que os cometas apresentavam caudas do tipo 1, ou seja, retilíneas. Em dois casos nota-se que a composição das caudas era predominantemente de gás e nos outros dois casos de poeira.

Outro fenômeno marcante, porém mais raro que a aparição de cometas, que seguramente não deixaria de ser notado é a explosão de uma supernova que pode ser observada inclusive durante o dia. No sítio arqueológico de Chaco Canyon no Novo México, existe um grafismo rupestre que pode tratar-se da supernova ocorrida em 1054 dc. No mesmo painel o autor observou as representações de uma Lua nova e um cometa.

Em Andrelândia, no sítio Toca do Índio, o autor encontrou dois grafismos rupestres inseridos num contexto astronômico que pode representar o desfecho cataclísmico dessas estrelas,  O paredão em questão apresenta uma imagem espelhada do horizonte permitindo o reconhecimento de detalhes do relevo e a determinção de azimutes específicos relacionados à certas figurações de astros. As prováveis Supernovas que foram representadas são as de 1181 e 1572 dc ambas na constelação de Cassiopéia.

 

                                        Acima à esquerda: Cometa em Varzelândia, direita: Cometa Hiakutake.

Meio à esquerda: Supernova em Andrelândia, direita: Cometa em Pains.

Abaixo à esquerda: Cometa no Peruaçu, direita: Cometa no Sumidouro

2.9  Mapas estelares

“Navegar é preciso, viver não é preciso”

Pompeu, século I a.c

 A famosa frase, de autoria erroneamente atribuída ao poeta Fernando Pessoa, supostamente foi proferida em uma época em que o Império Romano necessitava expandir suas fronteiras marítimas através de águas repletas de piratas e inimigos. Dramaticidade à parte, a arte da navegação e mesmo da orientação por terra foi de suma importância para os primeiros grupos de caçadores e coletores visto que ficou provado que estes geralmente não se aventuravam a esmo sem a perspectiva de retorno a um ponto de origem. Tal hábito pode ser comprovado em estudos de casos sobre caçadores-coletores contemporâneos na Amazônia.

Darcy Ribeiro6 não deixou de ficar estupefacto diante da capacidade de memorização de territórios e mesmo de confecção de mapas feitos a partir de um processo unicamente mnemônico por parte dos nativos da Amazônia em seus anos de convivência com estes.                     Conhecida também é a antiquíssima arte da navegação pela memorização de azimutes de orto e ocaso de astros específicos, aliada a uma visão sistêmica a respeito de padrões de ondas e comportamentos de nuvens sobre massas de terra em mar aberto dos Maori da Polinésia.

No caso da arte rupestre mineira, um sítio arqueológico na região de Pains apresenta um mapa estelar onde pode-se identificar nitidamente o Cruzeiro do Sul com as suas quatro estrelas mais a Intrometida, as constelações do Escorpião e Centauro e a estrela Canopus . Tal painel rupestre é composto por perfurações e picoteamentos em um monólito que encontra-se na posição horizontal com sua face voltada para a abóbada celeste, perfeitamente alinhado com a posição da dita cruz no Solstício de inverno.

Em termos de história ocidental, nas primeiras expedições européias aos mares do sul ficou evidente o papel do Cruzeiro para a navegação sub-equatorial. A primeira referência documentada às suas estrelas como representantes de uma cruz encontra-se na Carta de Mestre João de Faras, o Astrônomo Oficial da Esquadra de Cabral. Ele refere-se às estrelas da Cruz, numa carta a Dom Manoel, datada de 1º de maio de 1500. Navegantes da esquadra de Fernão de Magalhães também referiram-se a elas como “O Cruzeiro”. Outra referência conhecida é a de Florentino Corsali, que em 1515 refere-se ao Cruzeiro com “Cruz Maravilhosa”. O estabelecimento do nome Crux Australis, entretanto, só veio com os trabalhos de Augustim  Royer, em 1617.

A importancia  da Crux Australis para a navegação no hemisfério sul é a mesma da estrela Polaris em terras boreais visto que ambas apontam os polos terrestres. Em adição, o cruzeiro se compara a Ursa maior pois através do posicionamento de ambas é possível detectar a época do ano. Para os primeiros ocupantes do território mineiro portanto, o cruzeiro do sul foi um referencial espaço-temporal, bússola e relógio nos céus neolíticos.

Assim relata o professor Germano Afonso7: O início de cada estação do ano é determinado, pelos Guarani, considerando a posição da cruz ao anoitecer: no equinócio do outono, ela fica deitada do lado sudeste; no solstício do inverno, fica em pé, com seu braço maior apontando para o Sul; no de cabeça para baixo, sendo visível somente após a meia noite.                                                            

As divisas estaduais que atualmente conhecemos estavam longe de existirem na pré-história mineira, por isso citarei aqui o caso de uma carta celeste de extrema complexidade  que observei no sítio arqueológico de Bisnau em Goiás cuja região principal é também o Cruzeiro do Sul. As inscrições ocupam uma área de 2400 metros quadrados no solo e abundam representações do Sol, da Lua e de cometas. O sítio de Bisnau merece um lugar de destaque na Arqueo-astronomia mundial, contudo encontra-se totalmente desprovido de proteção servindo de piso para o gado da região.                 Assim como vimos o exemplo do planeta Vênus, a Crux Australis é uma constelação cuja representação foi difundida em caráter continental podendo ser observada em Tihuanaco próximo ao lago Titicaca, Na zona costeira de Trujillo como um geoglifo e até mesmo no sítio Lewis Canyon no Texas onde a semelhança com a carta celeste de Bisnau fica inegável.

6 – Os Urubu-Kaapor .Editora Companhia das Letras, São Paulo, 1996.

7- Revista Pré-Univesp, São Paulo SP, p. 1 – 1, 01 abr. 2013.

 Acima: Carta  celeste  de Bisnau.

            Esquerda: Cruzeiro do Sul no Sítio Astronômico em Pains. Direita: Data e hora pela Crux Australis.

 

  1. CONCLUSÃO

A Astronomia é reconhecidamente um grande aliado da pesquisa arqueológica, à medida que fornece subsídios para uma visão sistêmica de um contexto específico. O ato de olhar para o céu em busca de respostas para a compreensão de fenômenos ocorridos no ambiente é tão antigo quanto a própria humanidade e desde os primórdios foi configurando-se como a primeira ciência.

No continente Americano, o estudo dos céus e a consequente ciência de construção de calendários alcançou o ápice entre os Maias do pós-clássico. São realizações desta civilização prodigiosa a compreensão do conceito de zero na matemática e a elaboração de um sistema de calendários mais preciso do que utilizamos atualmente como civilização tecnológica e que sincroniza ciclos lunares, solares, e de pelo menos cinco planetas do sistema solar.

As raízes deste complexo legado Maia encontram-se nas brumas dos tempos pré-históricos e podem ser verificadas nos vestígios rupestres por toda a América. A compreensão sistêmica deste universo pictórico em termos continentais certamente fornecerá dados valiosos que servirão de premissas para a formulação de uma teoria consistente sobre as ocupações deste vasto território.

Após uma década de pesquisas desde a Terra do fogo até o extremo norte dos Estados Unidos, o autor acumulou um acervo considerável de dados que apontam na direção de um conhecimento construído e compartilhado entre as civilizações de ambos os hemisférios.         No caso específico dos registros rupestres, padrões de semelhança também podem ser verificados em um contexto continental tornando-se imprescindível a confrontação destes dados para a formulação de uma teoria realista sobre a ocupação. Tal teoria deve reunir análises de padrões genéticos, vestígios arqueológicos e não pode deixar de lado o repertório oral transmitido por gerações visto que tal legado pode revelar detalhes sutis que a prática arqueológica não poderia acessar.

Atualmente variações da língua Maia são utilizadas cotidianamente por aproximadamente seis milhões de indivíduos, no caso da língua Quíchua são dez milhões de pessoas falando nos países andinos. No Censo  de 2010, o  IBGE, revelou que 274 línguas nativas são faladas no país por aproximadamente dez mil indivíduos. As estatísticas comprovam que não houve uma extinção completa da cultura original nativo-americana e que o legado cultural e histórico continua a ser transmitido no interior destas comunidades e precisa ser levado em consideração na construção da dita teoria da ocupação.

Acerca da prática astronômica evidenciada nas pinturas rupestres em Minas Gerais podemos concluir que:

A complexidade revelada aumenta no sentido sul-norte, o que pode sugerir que o fluxo migratório  seguiu este sentido espaço-temporal, sendo o contexto A aplicável à região do Sul de Minas menos elaborado que os demais, com, exceção do sítio de Andrelândia que apresenta características do contexto B e C podendo ser o resultado de uma migração específica e tardia no sentido norte-sul pelo vale do Rio Grande. No contexto B referente ao Carste de Lagoa Santa e Serra do Cipó, o conceito de tempo-espaço fica latente nas evidências de formulações de calendários. As regiões de Varzelândia, Peruaçu e Montalvânia englobam o contexto C onde o grau de complexidade revelou-se similar ao B contudo há um refinamento estético e aumento do percentual de conteúdo astronômico nos painéis rupestres e a inserção de soluções geometrizantes que podem sugerir  refinamento de caráter intelectual por parte destas populações.

Observou-se no contexto geral,  repetição simbólica e padronizações estilísticas que sugerem fluxos de informações trans-territoriais.  No caso do sítio de Bisnau, verificou-se a elaboração de uma complexa carta celeste com foco na região da Crux Australis com semelhanças inegáveis com a carta celeste de Lewis Canyon no Texas que contém configurações de posicionamento estelar visivelmente mais recentes que Bisnau.

A construção de dispositivos megalíticos ou mesmo utilização de estruturas naturais como balizadores de Solstícios e Equinócios demanda um estudo a longo prazo das especificidades do sítio em questão podendo significar que os responsáveis pela elaboração de tais mecanismos ocuparam o local por um período longo de tempo, informação esta que pode revelar o tipo de cultura a qual pertenciam sendo mais provável a prática do sedentarismo do que o  nomadismo.

A prática astronômica revelada através do presente artigo demanda um nível intelectual superior ao que comumente se atribui aos fluxmigratórios da pré história mineira tornando-se necessária uma revisão do conceito atualmente atribuído a tais populações.

 

  1. ANEXOS

Anexo 1: Orientação dos Painéis rupestres

Anexo 2: Representações de Venus

Anexo 3: Representações da Lua

  1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, JOÃO CAPISTRANO de. Capítulos de História Colonial, 1500-1800. Ed. UNB, Brasília, 1963.

AFONSO, G. B. . Constelações Ocidentais e Constelações Indígenas. Urânia, v. 5, p. 22-23, 2012.

AFONSO, G. B. ; FERNANDES, J. M. ; NADAL, T. M. ; SILVA, P. S. . A Constelação do Escorpião na Mitologia Indígena. Ciência Hoje, v. 47, p. 40-45, 2011.

AFONSO, G. B. . Astronomia Indígena. Revista de História (Rio de Janeiro), v. 01, p. 32-35, 2010.

AFONSO, G. B. . Mitos e Estações no Céu Tupi-Guarani. Edição especial scientific American Brasil, v. 14, p. 46-55, 2006.

AFONSO, G. B. . Experiências Simples com o Gnômon. Revista Brasileira de Ensino de Fisica, Brasil, v. 18, p. 149-154, 1996.

AFONSO, G. B. ; SILVA, P. S. . O Céu dos Índios de Dourados Mato Grosso do Sul. ‘. ed. Dourados – Mato Grosso do Sul: UEMS, 2012. v. 1. 86p .

AFONSO, G. B. ; BARROS, O. ; RODI, M.R. . O Céu dos Ìndios Tembé. Prêmio Jabuti 2000. 1. ed. Belém, PA: UEPA – Imprensa Oficial do Estado, 1999. v. 1. 58p .

AFONSO, G. B. . O Cruzeiro do Sul e as Plêiades no calendário dos índios Guarani. Revista Pré-Univesp, São Paulo SP, p. 1 – 1, 01 abr. 2013.

AFONSO, G. ; NADAL, C. ; BELTRÃO, Maria da Conceição de Moraes Coutinho . “Um Calendário das Plêiades Na Bahia”. Revista do ICOMOS – BRASIL, Aspectos Urbanos, Históricos e Legais da Preservação no Brasil, São Paulo, p. 94-103, 1998.

AVENY, F. ANTHONY. Observadores del cielo en el Mexico antiguo Fondo de Cultura Económica, México D.F. 1997.

D’ABBEVILLE , Claude. História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e terras circunvizinhas. Ed. Villa Rica

DE LA VEGA, GARCILAZO INCA. Comentarios reales

DÍAZDE CASTILLO, BERNAL, Historia verdadera de la conquista de la Nueva España, 2 vols.,Editorial Porrúa,México,1955,T.I,p.260.

DE FREITAS MOURÃO, ROGÉRIO, RONALDO. Astronomia do Macunaíma.

LEÓN-PORTILLA, MIGUEL. Los antiguos mexicanos a través de sus crónicas y cantares.

Fondo de Cultura Económica, México D.F. 1961.

MEDEIROS, L. SÉRGIO. Macunaíma e Jurupari, Cosmogonias Ameríndias. (São Paulo: Editora Perspectiva, 2002

RIBEIRO, DARCY. Diários índios: Os Urubu-Kaapor .Editora Companhia das Letras, São Paulo, 1996.