Solstício de inverno no Morro do Macaco, Bombinhas Santa Catarina
Solstício de inverno no Morro do Macaco
Por Gabriel Furtado e Giovanna Lanziotti
Ainda era madrugada quando nos preparávamos para mais uma aventura em busca dos mistérios das pedras sagradas. Com o céu limpo e um clima agradável aqui em Bombinhas, partimos para contemplar o sol nascente do solstício de inverno no alto do parque do Morro do Macaco, onde ali se encontra um conjunto de pedras um tanto intrigantes que sempre nos chamou atenção. Como já tínhamos constatado, no solstício de inverno do ano passado, que aquele lugar teria toda a possibilidade de ser um sítio Arqueoastronômico, fomos dessa vez com o objetivo de fazer alguns registros das observações, a fim de obter um estudo mais detalhado e poder reconhecê-lo como tal.
Começamos a subir a trilha do parque ainda escuro, que por conta da boa estrutura não tivemos dificuldade em chegar lá em cima. Levamos uns 20 minutos, tempo suficiente para chegarmos bem energizados e poder assistir ao espetáculo de luzes e sombras que nos aguardava. Nossa meditação de boas vindas ao grande Sol foi recolher uma boa quantidade de lixo que estavam espalhados pelo local, como se houvera uma grande festa no dia anterior.
Limpamos o que conseguimos a tempo de nos posicionarmos, estrategicamente, nos pontos que imaginávamos marcar o nascer do sol. Descobrimos dois pontos que marcam o nascer. O primeiro deles está entre duas pedras que estão sobrepostas a outro megálito, que fica bem na extremidade do cume. O sol ali surge em uma fenda formada pelas duas pedras (figura01). O segundo ponto do nascer esta perceptível por um bloco de pedra que se localiza mais próximo ao centro do cume. Nota-se que este bloco assemelha-se a um banco por estar sobreposto a outra pedra, deixando um espaço entre elas para apoiar os pés. Sentado ali pode-se visualizar o sol surgir entre algumas pedras que estão mais a frente. Percebemos que, em umas dessas pedras se projeta um reflexo de luz em forma de um rosto, que olha em direção ao sol nascente. Mais tarde nos demos conta que esta mesma pedra sutilmente nos levou a perceber o seu formato de crânio. E logo na sequência, ao lado dela, em outra pedra surge uma espécie de relógio com o que parece ter duas etapas de marcação (Figura 02 e 03).Apesar de já termos mais ou menos uma noção do que viria a acontecer ali, fomos surpreendidos mais uma vez. A pedra principal, que fica localizada na parte central do cume, tem o formato de um rosto olhando para o céu, com o topo de sua cabeça voltada em direção a leste e o seu queixo em direção oeste. O olho deste rosto é formado por um furo na pedra, onde por este furo é projetado um feixe de luz que forma muitos aspectos interessantes (Figura 04 e 05). A metade deste rosto é complementada pela sombra da própria pedra, encobrindo o que se faz parecer uma cama, no sentido contrário à direção do rosto, onde uma pessoa ao se deitar de barriga para cima ficará com a cabeça voltada para oeste e as pernas em direção a leste. Ao lado da cama, na direção do umbigo, esta o furo da pedra que forma o olho do rosto, e onde se projeta o tão esperado feixe de luz. A pedra do relógio, ao fundo, marca o momento em que surge o feixe, exatamente quando o ponteiro passa pela primeira marca (incisão na pedra) às 10h20min am (figura 06). O pequeno feixe projetado no início vai ganhando forma no decorrer de sua passagem. O lugar onde este começa a projetar-se é ao lado da cama. Onde até então não tínhamos percebido tratar-se de outra cama, mas de posição invertida, onde se deita com as pernas para oeste e a cabeça para leste. Recebendo ali o feixe de luz na testa (chackra do 3º olho) onde atinge seu tamanho máximo, que logo na sequência segue seu caminho para a outra cama (Figura 07). Um pouco abaixo do peito, onde se encontra o chackra plexo solar, o feixe de luz faz sua transição, marcando aí a metade de seu percurso acompanhado do relógio ao fundo. Agora o mais curioso acontece, o feixe que vem mudando de forma ao longo de seu caminho, começa a descer em direção ao umbigo (chackra umbilical) tomando a forma de um espermatozóide. Que por sua vez, vai diminuindo de tamanho, até desaparecer completamente às 12h20min am.(Figura 08 e 09) — as medidas e posições do feixe de luz projetado requer mais estudos, pois as camas parecem ter sido feito para um ser de estatura media de 1,50 ou até menor. Ainda descobrimos um segundo furo em uma outra pedra, mas não conseguimos estudá-la a tempo, pois ele estava obstruído por acúmulo de pedras e areia, devido a erosões e desgaste.